No dia 21 de junho de 2004, morria, no Rio de Janeiro, o político Leonel de Moura Brizola. Aos 82 anos, ele foi vítima de infarto por conta de complicações infecciosas. Nascido no dia 22 de janeiro de 1922, Brizola é natural do povoado de Cruzinha, que pertencia a Passo Fundo,RS. Destacado líder nacionalista, ele é considerado herdeiro político de Getúlio Vargas e de João Goulart, dois ex-presidentes brasileiros.
Antes mesmo de entrar na faculdade, Brizola já havia iniciado sua carreira política. Em 1945, se filiou ao PTB e, dois anos mais tarde, era eleito deputado estadual pelo Rio Grande do Sul. Em 1949, ele se formou em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No ano seguinte, casou com Neuza Goulart, irmã do ex-presidente João Goulart (1961/64). Seu padrinho de casamento foi Getúlio Vargas.
Em 1951, perdeu a eleição para a prefeitura de Porto Alegre, mas, em 1954, concorreu novamente e garantiu a vitória. Brizola tornou-se muito popular e se elegeu governador do estado gaúcho em 1958. Em 1962, foi eleito, pela primeira vez, deputado federal pelo antigo Estado da Guanabara, com uma votação recorde: 269 mil votos.
Em seus discursos, Brizola defendia a implantação da reforma agrária e a distribuição de renda no Brasil. Porém, com a deposição do presidente João Goulart pelos militares, em 1964, ele teve que se exilar no Uruguai. Brizola só retornou ao Brasil em 1979, com a Lei da Anistia. Depois de perder o partido do PTB, Brizola fundou o PDT, legenda pelo qual venceu as eleições para governador do Rio de Janeiro, em 1983.
A marca registrada da sua administração foram os CIEPs, Centros Integrados de Educação. Em 1984, apoiou a campanha das Diretas Já. Em 1989, disputou a primeira eleição direta à Presidência da República no Brasil desde o período militar e ficou em terceiro lugar. Na época, no segundo turno, apoiou Luiz Inácio Lula da Silva, que foi derrotado por Fernando Collor.
No ano seguinte, elegeu-se novamente governador do Rio de Janeiro. Depois, em 1994, voltou a se candidatar à presidência da república, mas teve somente 3,2% dos votos válidos. Quatro anos depois, em 1998, tentou mais uma vez chegar ao Palácio do Planalto, desta vez como vice do candidato Lula, porém voltou a sofrer uma nova derrota, quando Fernando Henrique Cardoso foi reeleito. Depois, vieram mais duas derrotas: a Prefeitura do Rio de Janeiro (2000) e o Senado (2002). Em 2003, com Lula como presidente, Brizola rompeu com a base aliada e virou um crítico da administração federal.